terça-feira, 24 de novembro de 2015

Mariana - Desastre Ecológico - Estratégico sem precedentes O maior êxodo da história do Brasil se deve ao seu maior desastre ambiental - DefesaNet

Culpada, mas com habeas corpus e garantias do governo federal

 A empresa Samarco, uma joint-venture entre as mineradoras Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, uma das 10 maiores exportadoras do país. O presidente da Samarco já pediu um habeas corpus na Justiça do Espírito Santo para não ser preso. Até o momento se aponta entre 7 e 11 mortos e mais 21 desaparecidos. Na verdade é que diversos povoados atingidos pela onda de lama, com seis metros de altura em sua origem, sequer tem delegacia de polícia ou como comunicar seus desaparecidos. Pois foram soterrados numa laje fétida e mortal.

A somatória de problemas de mineiros e capixabas foram atingidos diretamente, aumenta a cada instante. A falta de água e de seriedade em resguardar os recursos naturais do país como uma questão de sobrevivência nacional e da manutenção das riquezas do país estão formando uma outra avalanche.  Ainda existem outras 700 barragens no Brasil e apenas 4% delas passaram por vistorias nos últimos anos. Duas da Samarco, também no corredor da morte que a empresa criou, devem se unir ao estrago monstruoso causado pela barragem do Fundão.

Investiga-se uma imensa rede de corrupção para deixar essas mineradoras funcionando, mesmo com seus sistemas de barragens e seguranças – a maior sem plano contingencial – em atividade máxima.  Com medo que o Ministério Público consiga a prisão preventiva, o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi de Aragão, obteve um habeas corpus. Poucos dias antes, ele disse que  ‘não pediria desculpas sobre o ocorrido ao povo brasileiro’.

Sem o mesmo impulso da investigação ‘Lava Jato’, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimental (PT), deixou que a empresa de segurança privada da Vale, acionista majoritária da Samarco, fizesse a guarda do reservatório rompido e de todas as provas técnicas a serem recolhidas e investigadas pelos peritos.

 Diante de toda a tragédia, Dilma Rousseff nada ou muito pouco fez. Não colocou a Guarda Nacional nem o Exército, não mobilizou nenhuma força-tarefa para ajudar nas buscas pelas vítimas e nem em vistorias nas barragens. Apenas sobrevoou de helicóptero a área afetada. Na semana seguinte ao rompimento da barragem, o governo federal falou em exigir o pagamento de R$ 250 milhões da Samarco.

O valor da multa foi risível em todo mundo. Isso representa menos de 9% do lucro líquido obtido pela mineradora, que foi de 2,805 bilhões de reais em 2014. Depois de alguns dias, em atuação conjunta do MPE e MPF, foi feito acordo com a empresa na ordem de R$ 1 bilhão. Valor muito abaixo das estimativas de reconstrução da área, de R$ 14 bilhões. Num comparativo a essa quantia, o vazamento no Golfo do México  petróleo cru e de gás no golfo do México causou, além de danos ao meio ambiente, perdas econômicas e acarretou uma multa à empresa British Petroleum (BP) de US$ 22 bilhões.

Júlio OttoboniExclusivo defesaNet

http://www.defesanet.com.br/ch/noticia/20894/Mariana---Desastre-Ecologico---Estrategico-sem-precedentes/

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